Em algumas cidades só têm água em 3 dias da semana
Oitenta e nove municípios baianos já decretaram
situação de emergência por causa da seca. Em quase todas as regiões do
estado, os prejuízos se multiplicam por causa da estiagem.
A
falta de chuva já provocou perdas para centenas de pequenos produtores
rurais. Quem vive na cidade também está sofrendo com a falta de água.
Feira e Região
Na
lavoura de feijão do agricultor João Moreira, em Feira de Santana,
cidade localizada a cerca de 100 km de Salvador, não sobrou quase nada.
"Nós plantamos, mas quando começou a sair o sol deu em cima e perdemos
feijão, está tudo perdido", afirma.
Na
região de Feira de Santana, seis cidades estão em situação de
emergência desde setembro do ano passado por causa da seca. Setenta por
cento das plantações de milho, feijão e mandioca já estão perdidos.
Juazeiro
Em
Juazeiro, no norte do estado, nem a plantação de palma (planta típica
do semiárido) resistiu. A estiagem já dura cerca de dez meses. A
plantação do agricultor Francisco José da Silva já está comprometida.
"Está muito difícil porque ainda não choveu. A gente aguardava um
plantio na época de dezembro à janeiro e não choveu", completa.
Senhor do Bonfim
Em
Senhor do Bonfim, também no norte do estado, onde foi decretada
situação de emergência há dez meses, mais de 15 mil pessoas da zona
rural estão sem água. A produção de leite e carne já caiu pela metade.
Na cidade, a água só chega até as casas em semanas alternadas.
Chapada Diamantina
Esse
racionamento também é feito em Irecê, na região da Chapada Diamantina,
onde os moradores há cinco meses só têm água nas torneiras três dias por
semana. A barragem de Mirorós, que abastece catorze cidades baianas,
está com apenas 9% da capacidade.
"A redução de água diminuiu a produção, a qualidade, diminuiu tudo", diz o agricultor Antônio Pedro Matos.
Sudoeste
Na
zona rural de Bello Campo, na região sudoeste, não chove há um ano. O
único açude da localidade está secando, só tem água na cisterna. O
agricultor Honorato Ferreira conta que perdeu toda a plantação de milho.
"Perdemos tudo. As palhas estão aí sem espiga", relata.
Fé em São José
Em
meio a tantas dificuldades, muitos agricultores se apegam a fé para
renovar as esperanças de quem espera pela chuva e escolheram o dia de
São José, comemorado nesta segunda-feira (19), pra recomeçar. O santo é
padroeiro dos trabalhadores.
"A
gente tem essa condição com a terra porque Jesus ajuda sim, quando
molha [chove] a gente planta. Graça a Deus a gente sobrevive dessa
maneira", afirma o agricultor Wilson dos Santos.
O
dia é de São José, mas os agricultores precisam contar também com a
ajuda de São Pedro. Reza a tradição que se chover nessa época do ano, o
milho plantado agora será colhido com fartura no São João, comemorado no
mês de junho.
"Temos
que pedir pela misericórdia de Deus e pela intercessão de São José para
que Jesus Cristo mande mais chuva pra gente", diz a agricultora
Divaneide Alves.
Informações do G1.
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