Sara
Gul, uma jovem afegã de 22 anos, deu à luz sêxtuplos, três meninos e
três meninas, atingindo de uma só vez a média de filhos que mulheres
afegãs costumam ter durante toda a vida.
A
gestação não foi causada por inseminação artificial, técnica que não
existe no país. As crianças nasceram com peso abaixo do normal; cinco
apresentam boas condições de saúde, mas um deles está em estado
preocupante, segundo o ginecologista Hamidi Elmi. Essa foi a primeira
gravidez de Sara. Os bebês nasceram num hospital de Mazar-e-Sharif,
capital da província de Balkh. Nesta terça-feira (24), a mãe admitiu à
Reuters que chegou a tentar um aborto ao saber que teria uma gravidez
múltipla. "Eu até pulei de um muro, mas nada aconteceu com eles",
afirmou. Em declarações a agência afegã Pajhwok, a mãe assegurou que
estava preocupada em como alimentar tantos filhos com o salário de seu
marido, um humilde lavrador de 28 de idade, com quem se casou há um ano e
meio. Inicialmente, um exame de ultrassom mostrou quatro, e não seis
bebês. "Fiquei com medo quando os médicos me falaram que eu estava
esperando quatro crianças, mas agora estou muito feliz", afirmou Sara.
Natural de uma zona rural, Gul espera que o Governo preste algum tipo de
assistência para que ela possa cuidar dos bebês. Os bebês nasceram com
pesos entre 1,18 quilos e 470 gramas e ficarão na incubadora até que
atinjam dois quilos, explicou o ginecologista Hamidi Elmi. A direção do
hospital afirmou que essa é a segunda vez que uma mulher dá à luz
sêxtuplos no centro médico. Cultura - As mulheres no Afeganistão
costumam casar muito cedo, às vezes ainda adolescentes. O casamento
geralmente é arranjado e, pouco depois de formalizado, os filhos são
esperados. A região de Balkh, no norte do país, é relativamente estável
comparada com a fronteira com o Paquistão, reduto da insurgência talibã.
Raras de ocorrer naturalmente, gestações múltiplas são geralmente o
resultado de fertilização artificial, mas o tratamento sequer existe no
Afeganistão. As famílias afegãs se orgulham de possuir muitos membros,
mas fatores como guerras, conflitos e pobreza são refletidos no índice
de que uma em cada quatro crianças morre antes de completar 5 anos de
idade.
Extraido do Globo.com
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