Desde que a presidente Dilma Rousseff assumiu o
cargo, polícias militares de quatro Estados já entraram em greve.
Atualmente, outras associações de cabos e soldados de oito já discutem
decretar paralisação.
O
motivo é o trancamento da tramitação da PEC 300 no Congresso Nacional,
emenda constitucional que estabelece um piso nacional para os policiais
militares, por meio da criação de um fundo para ajudar Estados que não
conseguirem bancar o aumento. O
presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), avisou na semana passada que
não colocará a emenda constitucional em votação porque não há previsão
orçamentária para arcar com os custos do aumento salarial para os
policiais. "Esse tema será enfrentado de novo só com a discussão do
Orçamento de 2013", emendou. O
ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou, em entrevista ao
Estado, que há no País ação articulada de policiais militares em várias
partes do País orientada a promover ondas de violência e disseminar o
pânico na população como forma de arrancar aumentos salariais dos
governos estaduais, como ocorre atualmente na Bahia. "Temos
presenciado um crescimento da situações de vandalismo nessas greves",
afirmou. "E visto o crescimento de situações em que se busca disseminar o
pânico entre a população, em atitudes inaceitáveis quando vindas de
policiais." Além da Bahia, nos últimos anos já entraram em greve no
Nordeste as PMs de Ceará, Maranhão, Piauí, Alagoas e Paraíba. No Norte,
entraram Amazonas, Pará e Rondônia. No Sudeste, apenas os bombeiros do
Rio deflagraram movimento. Os
Estados com grupos de praças que reivindicam o apoio à PEC 300 são
Roraima, Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Distrito Federal, Espírito
Santo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul. As informações estão
sendo divulgadas nos principais blogs que acompanham os movimentos
grevistas dos policiais. "Houve
quebra de um compromisso que foi assumido durante as eleições para
presidente. As discussões foram para os Estados e os movimentos acabaram
sendo deflagrados nas associações de praças ", explica o soldado
Fernando Almança, que trabalha em Cachoeira do Itapemirim, no Espírito
Santo, e abastece o blog
www.pec300.com. O
deputado estadual major Olímpio Gomes (PDT) participou das negociações
em torno da PEC 300 durante a campanha presidencial. Segundo ele, o
então candidato a vice-presidente, Michel Temer, reuniu policiais e
deputados para assumir o compromisso de votar a emenda constitucional.
Reviravolta -
Depois
da vitória nas urnas, os cortes orçamentários levaram a presidente a
barrar a tramitação do projeto no Congresso. Já Cardoso acha correta a
posição do governador Jaques Wagner de não negociar anistia com os
grevistas. "Você
não pode permitir que pessoas que usam o distintivo ou a farda de
policial ajam negando aquele que é o papel pelo qual o Estado as
remunera".
Informações do Estadão.
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