A exposição ‘A arte da Cantaria: uma exposição da Família Boaventura Abreu, de Santa Luz-BA’, em homenagem a Boaventura Abreu, mestre no ofício da cantaria – arte de quem trabalha com pedra -, foi aberta na noite desta sexta-feira (2), no Auditório Lindaura Carneiro Araújo, em Santaluz. A mostra reúne os trabalhos desenvolvidos há mais de 50 anos pela família de canteiros, através da exposição de telas e objetos do rico acervo da família Boaventura Abreu. A exposição também homenageia o mestre Aurelino Lopes, pioneiro da arte da cantaria em Santaluz.
Para a cerimônia de abertura, foram convidados os professores doutores Silvia Pimenta d´Affonsêca, Mário Mendonça de Oliveira, Luiz Carlos Botas Dourado e José Dirson Argolo, especialistas em restauração e docentes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), além do geólogo Ailton Roque Carvalho de Medina, representante da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), entre outros, que compuseram uma mesa temática juntamente com o presidente da Rádio Comunitária Santa Luz FM, Givaldo do Carmo Souza e os curadores da exposição, professora mestra Maria Amélia Silva Nascimento e professor Manoelito Carneiro das Neves. A solenidade contou ainda com apresentações culturais.
De acordo com a professora Maria Amélia, o objetivo da exposição é despertar na sociedade um olhar mais amplo sobre o trabalho realizado pelos canteiros. “A cantaria é uma arte, porém, os canteiros tem seu trabalho um tanto quanto ainda desconhecido, pois, a maioria das pessoas acha que estes profissionais trabalham somente na extração da pedra, quando na verdade, os que se empenham no ofício da cantaria, tem papel fundamental no processo de preservação do patrimônio arquitetônico e cultural existente em todo o mundo. Através dessa homenagem à família Boaventura Abreu, que tem seu trabalho reconhecido pela Universidade Federal da Bahia, pretendemos trazer à tona a importância da cantaria, para que as pessoas passem a reconhecê-la como a arte que ela realmente é”, afirma. Segundo a professora, será lançado em breve um livro com o mesmo título da exposição.
“Esse projeto vem evidenciar grandes nomes da cantaria luzense, representados, nesta ocasião, pela família Boaventura Abreu. É uma honra ter, em um momento tão importante como esse, a presença de autoridades acadêmicas da UFBA, que além de tudo são referências internacionais na arte do restauro e da arquitetura, e estão aqui hoje para legitimar e enaltecer o ofício da cantaria luzense”, avalia o professor Manoelito.
“Esta exposição é importante para que os cidadãos luzenses possam conhecer o trabalho e a arte da nossa família, que é mais reconhecida lá fora, sobretudo em Salvador, onde realizamos trabalhos importantes há várias décadas, do que em nossa própria cidade. Uma oportunidade de contemplar, através das telas e dos objetos, obras existentes em todo o cenário nacional e principalmente na capital baiana, a exemplo do túmulo de Irmã Dulce, que poucas pessoas sabem que foi confeccionado pela nossa família. O importante é que as pessoas, a partir dessa visita, possam estar com o olhar mais voltado para arte da cantaria e saiba que tudo isso é fruto da nossa terra, faz parte da riqueza natural do nosso município”, comenta o funcionário público Marivaldo Abreu, sétimo filho de Boaventura Abreu. Ele atualmente é professor, mas se considera canteiro por aptidão, tendo executado diversos trabalhos no ofício da cantaria e na arte da restauração.
Em cartaz até 9 de setembro, a exposição realizada com o apoio da Santa Luz FM é gratuita e fica aberta a visitantes das 08h às 11h10; 13h às 16h30 e das 19h às 21h. As visitas são monitoradas por um grupo de estudantes do Colégio Estadual José Leitão, Centro Educacional Nilton Oliveira Santos, Colégio Ação e do Centro Estadual de Educação Profissional do Campo Paulo Freire.
Sobre o mestre ‘Ventura’
Natural de Santaluz, Boaventura Abreu nasceu em 14 de julho de 1934, numa família de onze irmãos. Quando adulto, Ventura, como era conhecido, desempenhava o ofício de marceneiro, mas deu seus primeiros passos na cantaria quando ainda era menor, ao integrar a equipe do mestre Aurelino Lopes. A partir década de 1980, o mestre ventura deu início a construção do seu grande legado, tendo realizado trabalhos importantes como a restauração do Mercado Modelo, em Salvador, do Solar Bercó, também na capital baiana, e vários outros projetos que o tornaram reconhecido nacionalmente. Casado desde os 25 anos de idade com Ângela Santos Matos, com quem teve sete filhos, sendo quatro homens e três mulheres, Boaventura morreu em 14 de outubro de 2015, aos 81 anos de idade, em Santaluz.
Natural de Santaluz, Boaventura Abreu nasceu em 14 de julho de 1934, numa família de onze irmãos. Quando adulto, Ventura, como era conhecido, desempenhava o ofício de marceneiro, mas deu seus primeiros passos na cantaria quando ainda era menor, ao integrar a equipe do mestre Aurelino Lopes. A partir década de 1980, o mestre ventura deu início a construção do seu grande legado, tendo realizado trabalhos importantes como a restauração do Mercado Modelo, em Salvador, do Solar Bercó, também na capital baiana, e vários outros projetos que o tornaram reconhecido nacionalmente. Casado desde os 25 anos de idade com Ângela Santos Matos, com quem teve sete filhos, sendo quatro homens e três mulheres, Boaventura morreu em 14 de outubro de 2015, aos 81 anos de idade, em Santaluz.
Redação Notícias de Santaluz
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