Metade da população recebeu mensalmente,
durante o ano de 2010, até R$ 375 – valor inferior ao do salário mínimo,
de R$ 510, pago na época, embora a média nacional de rendimento
domiciliar per capita fosse R$ 668. Apesar da tendência de
redução observada nos últimos anos, os resultados do Censo Demográfico
2010 mostram que a desigualdade de renda ainda é bastante acentuada. Além disso, os 10% com maiores salários entre a população brasileira
ficaram, em 2010, com 44,5% do total de rendimentos, enquanto os 10% com
menor renda, 1,1%. Os dados fazem parte dos resultados definitivos do universo do Censo
2010 divulgado hoje (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística. No que se refere ao rendimento médio mensal domiciliar per capita, os 10% com os rendimentos mais elevados ganhavam R$ 9.501, enquanto as famílias mais pobres viviam com apenas R$ 225 por mês. De todos os brasileiros acima de 10 anos de idade que têm com
rendimentos, 0,5% recebiam mais de R$ 10,2 mil mensais na cidades e 0,1%
no campo. Na área rural, 46,1% recebiam R$ 596. Na zona urbana, esse
valor alcançou R$ 1.294. As desigualdades aumentam nas regiões Norte e Nordeste, onde os 10%
mais pobres detêm 1% do total de rendimentos. A grande concentração de
renda fez com que o país ficasse com número 0,526 no índice de Gini, que
calcula a desigualdade de distribuição de renda, levando consideração
uma variação de 0 a 1, em que 0 corresponde à completa igualdade de
renda e 1 corresponde a total desigualdade. A concentração é maior nas
áreas urbanas (0,521), embora as áreas rurais do país (0,453) detenham a
maioria das pessoas sem rendimento ou com rendimento até R$ 510
(85,4%). A parcela que ganhava mais de R$ 2.550 por mês representava 1% na área
rural e 6% na área urbana. As regiões Norte e a Nordeste são as que
registram menor número de trabalhadores com renda acima desse valor, com
2,6% e 3,1% respectivamente, bem abaixo das percentagens do Sudeste
(6,7%), do Sul (6,1%) e Centro-Oeste (7,3%). No Distrito Federal, o rendimento nominal médio mensal dos domicílios
particulares era R$ 4.635 – o maior do país. No outro extremo, o
Maranhão era a unidade da federação com menor rendimento domiciliar: R$
1.274.
Fonte: Agencia Brasil
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