Os eleitores paraenses decidiram, em plebiscito realizado neste domingo
(11), manter o estado do Pará com o território original, segundo
informou às 20h08 (horário de Brasília, 19h08 locais) o presidente do
Tribunal Regional Eleitoral, Ricardo Nunes. A confirmação do resultado
foi dada com 78% de urnas apuradas, duas horas depois do término da
votação. A apuração foi concluída por volta de 1h20 desta segunda (horário de
Brasília). Com 100% das urnas apuradas, o resultado indicou que 66,6%
escolheram "não" para a criação do estado de Carajás e 66,08% rejeitaram
a criação do estado de Tapajós. Foram apurados os votos das 14.249 urnas do estado. A abstenção foi 25,71%. Do total apurado em relação a Carajás, pouco mais de 1% era de votos
nulos e 0,41% de brancos. Em relação a Tapajós, 1% foi de votos nulos e
0,49% de votos. Os eleitores responderam a duas perguntas "Você é a favor da divisão do
estado do Pará para a criação do estado de Carajás?" e "Você é a favor
da divisão do estado do Pará para a criação do estado do Tapajós?". O
número 77 correspondeu à resposta "sim" para qualquer uma das perguntas.
E o número 55 foi usado para o "não".
Eleitores
festejam em Belém o resultado do plebiscito no Pará, que rejeitou a
divisão do estado (Foto: Raimundo Paccó / Frame / Agência Estado)
Com a decisão das urnas, o trâmite para a divisão do estado se encerrou
junto com o plebiscito. Dessa forma, a Assembleia Legislativa paraense e
o Congresso Nacional não precisarão analisar a divisão do território e
criação dos novos estados.
'Forma eficiente'
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ricardo
Lewandowski, comemorou a rapidez na divulgação do resultado parcial do
plebiscito cerca de duas horas após o encerramento da votação. "Penso que não apenas a cidadania está madura do ponto de vista cívico,
mas a tecnologia eleitoral brasileira está muito avançada, conseguimos
apurar o resultado matematicamente consolidado em duas horas depois do
fechamento das urnas. Hoje foi um teste importante e verificou-se que o
povo pode ser consultado rapidamente de forma eficiente e econômica",
disse. Para Lewandowski, o percentual de abstenção (25,4% às 20h11 - horário
de Brasília) está dentro da normalidade. "Os índices de abstenção são
relativamentes pequenos em um país de dimensões continentais. Acredito
que a democracia no Brasil está consolidada", completou o presidente do
TSE.
Votação
A votação começou às 8h, em mais de 14 mil seções eleitorais do estado
do Pará. Os eleitores responderam a duas perguntas "Você é a favor da
divisão do estado do Pará para a criação do estado de Carajás?" e "Você é
a favor da divisão do estado do Pará para a criação do estado do
Tapajós?". O número 77 correspondeu à resposta "sim" para qualquer uma
das perguntas. E o número 55 foi usado para o "não".
Em 277 locais considerados de difícil acesso, a votação foi feita em
urnas ligadas a baterias, que transmitiram os votos via satélite. Durante todo o dia, mais de três mil militares do Exército reforçaram a
segurança em 16 cidades do Pará, incluindo os municípios de Santarém e
Marabá, que seriam as capitais dos novos estados. Os outros municípios que contaram com segurança foi Altamira, Brasil
Novo, Monte Alegre, Alenquer, Óbidos, Juriti, Oriximiná, Santana do
Araguaia, São Félix do Xingu, Redenção, Tucumã, Orilândia do Norte,
Bacajá e Anapu. Ausência -
Os eleitores que não compareceram para votar terão 60 dias para
justificar a ausência nas zonas eleitorais em que estiveram inscritos.
Mesmo se tratando de um plebiscito, as exigências são as mesmas para
eleições regulares. Quem deixou de votar e não apresentou a
justificativa será multado e pode ter o título de eleitor cancelado. Pesquisa -
Uma pesquisa realizada pelo Datafolha
e divulgada na noite de sexta-feira (9) já apontava que a maioria dos
eleitores do Pará rejeitaria a divisão do estado. O levantamento,
terceiro e último feito pelo instituto antes do plebiscito, apontou que
65% dos entrevistados eram contrários ao desmembramento do Pará para a
criação do estado de Carajás, e 64%, contrários à divisão para a criação
de Tapajós. A pesquisa foi feita de terça (6) a quinta (8), com 1.213 eleitores em
53 cidades paraenses e encomendada pelas TVs Liberal e Tapajós,
afiliadas da TV Globo no Pará, e pelo jornal "Folha de S.Paulo". A
margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
No Pará, moradores de comunidade ribeirinha faz campanha contra a divisão do Pará (Foto: Tarso Sarraf/AE)
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário