Por falta de estrutura adequada para transportar pessoas
doentes de suas cidades para as capitais estaduais muitas vezes a
população se submete a situações de risco. Durante
operações que duram em média três horas, a Polícia Rodoviária Federal
chega a fazer cerca de 50 autuações nas estradas federais que cortam a
Bahia. Vale destacar que os policiais não conseguem parar todos os
carros que passam pelas estradas levando pacientes. Muitos escapam da
fiscalização, mas, nem sempre, de uma tragédia. Na
terça-feira (23), um carro da prefeitura de Ourolândia, no sertão
baiano, bateu na traseira de uma carreta já perto de Salvador. Cinco
pessoas morreram na hora e nenhuma usava cinto de segurança. Na
BR-324 um carro particular, a serviço da prefeitura de Ubaíra, no
interior da Bahia, é flagrado levando pacientes para fazer exames em
Salvador. "O veículo de placa particular se for contratado para
transportar pessoas ou pessoas doentes já se transforma em um veículo
que está fazendo transporte irregular", explica Junaldo Correia,
inspetor da Polícia Rodoviária. Um
ônibus da prefeitura de Nazaré deveria ser usado apenas por estudantes,
mas levava 28 pessoas para tratamento médico. Um outro ônibus da
prefeitura de Conceição do Coité trafega com passageiros a mais. Duas
pacientes viajam sentadas no chão, o que é proibido. O pescador Damião
Oliveira precisa improvisar para erguer a perna machucada por conta da
falta de ambulância. "Procurei ambulância, mas não tinha”, diz Damião. O
secretário de Saúde de Conceição do Coité, Roberto Mascarenhas, disse
que a prefeitura tem, além do ônibus, duas ambulâncias e uma van para
transporte de pacientes, mas reconhece que a frota não suporta a
procura. Segundo ele, Damião viajou de ônibus porque as duas ambulâncias
tinham pacientes agendados. Quanto
à superlotação, informou que o ônibus tem uma lista diária de
pacientes, mas que muitas pessoas que não estão na relação exigem
embarcar e até ameaçam os motoristas. O secretário afirmou ainda que a
prefeitura pretende comprar mais duas ambulâncias até meados do ano quem
vem.
Fonte: G1.
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