Um polêmico projeto da deputada Luiza Maia (PT), com base
eleitoral em Camaçari, pode por fim à baixaria contida nas músicas de
pagode e axé, que normalmente têm duplo sentido ou depreciam as
mulheres. O
projeto de lei da deputada estadual Luiza Maia (PT) que pretende
proibir que o governo do Estado e prefeituras baianas contratem bandas
que executam músicas com letras ofensivas às mulheres depende da
assinatura de mais um deputado para entrar na pauta de votação da
Assembleia Legislativa da Bahia. Com
o retorno dos trabalhos na Assembléia na próxima segunda-feira (1ª), a
deputada espera chegar à 32ª assinatura para encaminhar o projeto para
votação ainda neste semestre. Se o projeto for aprovado, dezenas de
bandas de pagode baianas podem deixar de participar de
eventos financiados por prefeituras e pelo governo do Bahia. Em
entrevista ao Correio24horas, a deputada disse que gosta de sonoridade
do pagode, mas não consegue compreender como alguns artistas se dedicam a
compor músicas que ofendem as mulheres. Fã de Chico Buarque, Luiza Maia
crê que a política também é uma forma de educar e é isso que ela
pretende fazer com a proibição. Já André
Ramon, vocalista da LevaNóiz, disse em entrevista à TV Bahia que as
suas músicas transmitem alegria para o público. “A maldade está na
cabeça das pessoa, porque o intuito da gente não é levar maldade para as
pessoas, e sim alegria", declarou o artista. O projeto também é
criticado por outros artistas, que acham que a proposta da deputada deve
ser amadurecida através de debates. Na
cidade de Camaçari, quando a deputada era vereadora, o então prefeito
Luiz Caetano decidiu, após um debate com os vereadores do município,
adotar a medida e não contrata bandas que cantam letras que desvalorizem
ou exponham as mulheres a constrangimentos desde 2004, segundo Luiza
Maia. Na
Assembleia, o projeto está sendo analisado pela Comissão de
Constituição e Justiça e ainda deve passar por outras três comissões da
Câmara dos Deputados para entrar na pauta de votação. Até lá, muita
polêmica e discussão entre os baianos podem amadurecer o projeto, que
começou a ser elaborado no dia 8 de março deste ano, no Dia
Internacional da Mulher.
Fonte: Interior da bahia
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