Depois de 15 semanas de formação e sete viagens
de estudo o Programa de Empreendedorismo do Jovem Rural (PEJR) se
aproxima da reta final. Agora, os/as 28 jovens vivem a expectativa de
apresentar os projetos elaborados nos municípios onde vivem com suas
famílias. Os projetos serão submetidos à uma banca para
avaliação. A banca contará com três pessoas, sendo um técnico da área
escolhida pelo jovem, um representante de instituição parceira do
programa e um agricultor ou agricultora que já desenvolve alguma
atividade que está sendo proposta pelo/pela jovem no projeto. De acordo
com o coordenador do Programa de Juventude do MOC, Givaldo Souza, a
banca não tem o objetivo de aprovar ou reprovar, mas, contribuir para
que o jovem consiga um financiador para o projeto. Com uma
formação intensa e diversificada, o PEJR estimulou o debate e a reflexão
sobre a identidade do jovem do campo e as perspectivas de geração de
renda que o campo oferece, evitando a saída para os grandes centros
urbanos em busca da terra prometida. Agora, próximos de se tornarem
Agentes de Desenvolvimento Rural, o que se espera é que esses jovens
ajudem a construir um campo com oportunidades para todos e todas. “Nós
estamos formando sujeitos que vão se empoderar economicamente através de
um projeto que foi elaborado minuciosamente. Foi uma formação rica,
plural, e os jovens que estão aqui, até o final do programa, eles
conseguiram incorporar isso e tornar o programa parte da vida deles. Nós
estamos muito satisfeitos. Esses jovens vão fazer a diferença nas
instituições, nas famílias, nas propriedades e serão cidadãos com
perspectiva de permanência no campo com sustentabilidade, com renda, com
acesso à cidadania”, afirma Givaldo Souza. Apicultura como fonte de renda –
Aos 26 anos, Geovânio Silva dos Santos é morador da comunidade de
Jibóia, no município de Retirolândia. Em sua propriedade, onde vive com a
família, ele cria caprinos, ovinos, e também desenvolve a horticultura.
No entanto, a apicultura foi a prática escolhida pelo jovem no momento
de elaborar o projeto.
Geovânio conta que o trabalho com as
abelhas começou através de alguns agricultores que o incentivaram. Desde
então, o futuro Agente de Desenvolvimento Rural resolveu aliar a
geração de renda com a preservação do meio ambiente. “Eu trabalho com a
apicultura há dois anos. A formação do PEJR despertou em mim o desejo de
aumentar minha produção”, disse Geovânio. No projeto que será
apresentado nos próximos dias, o jovem pretende aumentar a criação de
abelha italiana, adquirindo mais caixas para a produção de mel. “A
apicultura hoje está crescendo muito na nossa região semiárida,
constituindo-se numa ótima alternativa para gerar renda”, ressalta
Geovânio. O sabor que vem das frutas – No
município de Serrinha Gildete Pereira optou em trabalhar com um
empreendimento diferente. Com 20 anos de idade, ela mora em uma pequena
propriedade rica em plantas frutíferas, na comunidade de Mombaça. Com a
ajuda da família a jovem beneficia as frutas e comercializa para o
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Através do
Programa de Empreendedorismo do Jovem Rural (PEJR) Gildete decidiu
aproveitar a grande quantidade de frutas produzidas em sua propriedade
não apenas para fazer polpa, mas, para montar uma sorveteria com frutas
típicas. “Meu empreendimento vai trabalhar com três produtos: a polpa de
fruta, compotas e o sorvete. Quero muito realizar este sonho que também
vai ajudar minha comunidade, pois com o aumento da produção eu terei
que comprar frutas com os outros moradores”, comenta a jovem que foi a
primeira a beneficiar as frutas na comunidade onde mora. “Na minha
comunidade sempre teve muitas frutas, mas os moradores não sabiam
aproveitar. Eu que iniciei o processo de beneficiamento e quero muito
ampliar para beneficiar a todos”. Com orgulho, ela revela que a
participação no PEJR trouxe muitas oportunidades de crescimento pessoal.
“Quando entrei no PEJR eu era apenas uma jovem. A partir do programa
passei a integrar o conselho fiscal da Ascoob, passei a ser secretária
da Apaeb e da associação de Mombaça”. Expectativas –
Ao se aproximarem da reta final, os jovens se questionam como será de
agora em diante, depois de apresentarem os projetos. O coordenador
Givaldo Souza afirma que mesmo depois de formados os jovens serão
acompanhados pelos educadores do PEJR. “Mesmo com o fim dessa primeira
etapa nós vamos continuar acompanhando esses jovens para que eles e elas
tenham sucesso como empreendedores/as rurais”. A formatura dos
novos Agentes de Desenvolvimento Rural será realizada no dia 11 de
junho, às 17 horas, no Clube Sisalândia, em Retirolândia e terá a
participação de familiares e amigos dos formandos/as.
Fonte: Moc - Movimento de Organização Comunitária
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