O Território de Identidade do Sisal – abrange uma área de 21.256,50
Km² e população de 555.708 habitantes e é composto por 20 municípios:
Araci, Barrocas, Biritinga, Candeal, Cansanção, Conceição do Coité,
Ichu, Itiúba, Lamarão, Monte Santo, Nordestina, Queimadas, Quijingue,
Retirolândia, Santaluz, São Domingos, SERRINHA, Teofilândia, Tucano e
Valente.
O Território do Sisal, possui um grau de urbanização muito baixo (37%
IBGE 2000) o que corresponde a praticamente a metade do grau de
urbanização do Estado (64,9 % IBGE 2000), um dos fatores que retratam
bem a identidade da região sisaleira. Um território rural.
Outro fator marcante no Território é o IDH
médio do Território (0,60) que por ser baixo, garantiu ao Sisal ser
contemplado com o projeto de Território de Cidadania.
Serrinha é compreendida como a cidade pólo do Território, pela sua
dimensão e disposição geográfica (é o maior município do Território com
808,7 km² e é a porta de entrada do Território do Sisal para os
Territórios do Portal do Sertão e Região Metropolitana, que são os
Territórios mais fortes economicamente do Estado da Bahia), além de ser a
sede de diversos organismos do governo estadual.
Além disso, Serrinha merece destaque por possuir o maior PIB do
Território do Sisal (em 2006 o seu PIB chegou a 267,67 milhões de reais)
acompanhado apenas do município de Conceição do Coité (que em 2006
atingiu o valor de 227,88 milhões de reais) sendo que o terceiro
município do território com maior PIB, já possui uma diferença muito
distante, que é o município de Tucano (que em 2006 atingiu o PIB de
131,20 milhões de reais) e tendo uma diferença grotesca em relação ao
menor município do Território, Ichú, que alcançou o PIB de apenas 13,70
milhões de reais em 2006.
A taxa de analfabetismo do Território do Sisal foi estimada em 34,5 % no
ano de 2000 pelo IBGE, porém, a expectativa é que estas taxas sofram
uma redução como resultado da ação do governo estadual, o Programa de
alfabetização –TOPA¹ (Todos pela Alfabetização) que através da DIREC-12,
pretende-se alfabetizar nessa primeira etapa, uma média de 27 mil
pessoas.
Economia
A agricultura ocupa a grande maioria da
força de trabalho regional, caracterizando-se pela predominância de
culturas de subsistência, com destaque para a mandioca, o feijão e o
milho. Também importantes para as atividades econômicas são o sisal, a
mamona, a palma, o sorgo, a algaroba e a leucena. Em épocas mais
chuvosas, há uma variedade maior de culturas, sendo uma estratégia de
sobrevivência da pequena produção familiar, a fruticultura.
O Sisal é a atividade econômica mais importante para o Território,
considerando pela sua capacidade de absorção de mão de obra, pela sua
própria importância econômica e pela capacidade de servir, também, como
pastagem, com maior importância em períodos de seca. Os Municípios que
se destacam na produção de sisal – tanto pela área plantada como pela
quantidade de fibra produzida – são Conceição do Coité, Santa luz e
Valente.
Mesmo observando-se o crescimento dos rebanhos caprinos nos últimos
anos, o destaque ainda é para a pecuária bovina, sendo que os principais
produtores são: Conceição do Coité e Itiúba. Apesar de ser considerado
um Território Rural devido a seu baixo grau de urbanização, o setor
agropecuário contribui apenas com 18,53% para a formação do Produto
Interno Bruto (PIB) do conjunto dos Municípios enquanto setor secundário
com 22,82% e o setor terciário com 58,65%. Outro fator relevante na
economia do Território são as jazidas de minérios, destacando-se o ouro,
pedras para construção, rocha ornamental, argila e quartzo.
Cultura
A região foi palco de dois fenômenos históricos e sociais profundamente emblemáticos do Nordeste brasileiro, e que até hoje habitam o imaginário do povo deste lugar: o messianismo e o cangaço. Foi por esta região que, na Bahia, incursionou o Capitão Virgulino Ferreira da Silva, o legendário Lampião e a Coluna Prestes cujos integrantes ficaram conhecidos pelos sertanejos como “os revoltosos”, deixando um rastro de façanhas e medo que até hoje pulsam na memória coletiva da população. Também foi por suas paisagens ásperas e pedregosas que peregrinou, no final do século XIX, o beato Antônio Conselheiro, arregimentando seguidores para construir sua utopia no povoado de Belo Monte, às margens do rio Vaza-Barris, que verteria leite em meio a barrancas de cuscuz. Esses elementos culturais também já foram assimilados e introduzidos nos grandes centros urbanos, seja por artistas ou intelectuais independentes, seja por grupos que constituem a indústria da cultura e do entretenimento. São vários os exemplos, a começar pelo filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, que conquistou platéias do mundo inteiro na década de 1960, consagrando o autor como o mais destacado protagonista do Cinema Novo, movimento artístico que abraçava um conceito revolucionário, lamentavelmente ainda muito representativo da realidade local: a estética da fome. De lá para cá, muitos artistas também buscaram inspiração na magia e no modo de vida dos habitantes do Território do Sisal, ganhando recentemente um palco apropriado: a Casa da Cultura, em Valente. Ainda no campo do áudio-visual, foi nas lendas da região que o artista plástico e cineasta Chico Liberato buscou inspiração para elaborar o primeiro desenho-animado de longa metragem nacional, o Boi Aruá, que conta a estória de um fazendeiro arrogante vencido e humilhado pelo boi misterioso e mandingueiro. Premiado internacionalmente, o Boi Aruá tem a participação de agricultores humildes de Monte Santo, que emprestaram suas vozes a alguns dos personagens do filme. Nas artes plásticas temos Juraci Dórea, premiado na Bienal de Veneza com o Projeto Terra, conjunto de esculturas feitas de couro instaladas solitariamente no meio da caatinga e que pareciam espantalhos dos maus agouros que prenunciam as periódicas tragédias das estiagens. Também Sante Scaldaferri, que compôs uma obra singular, transplantando para as telas as figuras dos ex-votos deixados por pagadores de promessa no santuário de Monte Santo. Há ainda a fotografia mágica de Pierre Verger que na década de 50 documentou a vida do catingueiro que ganhava a vida com a extração do caroá e do sisal.
A região foi palco de dois fenômenos históricos e sociais profundamente emblemáticos do Nordeste brasileiro, e que até hoje habitam o imaginário do povo deste lugar: o messianismo e o cangaço. Foi por esta região que, na Bahia, incursionou o Capitão Virgulino Ferreira da Silva, o legendário Lampião e a Coluna Prestes cujos integrantes ficaram conhecidos pelos sertanejos como “os revoltosos”, deixando um rastro de façanhas e medo que até hoje pulsam na memória coletiva da população. Também foi por suas paisagens ásperas e pedregosas que peregrinou, no final do século XIX, o beato Antônio Conselheiro, arregimentando seguidores para construir sua utopia no povoado de Belo Monte, às margens do rio Vaza-Barris, que verteria leite em meio a barrancas de cuscuz. Esses elementos culturais também já foram assimilados e introduzidos nos grandes centros urbanos, seja por artistas ou intelectuais independentes, seja por grupos que constituem a indústria da cultura e do entretenimento. São vários os exemplos, a começar pelo filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, que conquistou platéias do mundo inteiro na década de 1960, consagrando o autor como o mais destacado protagonista do Cinema Novo, movimento artístico que abraçava um conceito revolucionário, lamentavelmente ainda muito representativo da realidade local: a estética da fome. De lá para cá, muitos artistas também buscaram inspiração na magia e no modo de vida dos habitantes do Território do Sisal, ganhando recentemente um palco apropriado: a Casa da Cultura, em Valente. Ainda no campo do áudio-visual, foi nas lendas da região que o artista plástico e cineasta Chico Liberato buscou inspiração para elaborar o primeiro desenho-animado de longa metragem nacional, o Boi Aruá, que conta a estória de um fazendeiro arrogante vencido e humilhado pelo boi misterioso e mandingueiro. Premiado internacionalmente, o Boi Aruá tem a participação de agricultores humildes de Monte Santo, que emprestaram suas vozes a alguns dos personagens do filme. Nas artes plásticas temos Juraci Dórea, premiado na Bienal de Veneza com o Projeto Terra, conjunto de esculturas feitas de couro instaladas solitariamente no meio da caatinga e que pareciam espantalhos dos maus agouros que prenunciam as periódicas tragédias das estiagens. Também Sante Scaldaferri, que compôs uma obra singular, transplantando para as telas as figuras dos ex-votos deixados por pagadores de promessa no santuário de Monte Santo. Há ainda a fotografia mágica de Pierre Verger que na década de 50 documentou a vida do catingueiro que ganhava a vida com a extração do caroá e do sisal.
Mas há também as manifestações musicais verdadeiramente sertanejas, e
sem fins comerciais. A mais expressiva é o Grupo da Quixabeira,
composto por trabalhadores e trabalhadoras rurais da própria região do
sisal. Descoberto pelo musicólogo Bernard van der Weid e incentivado
pela APAEB – Associação de Desenvolvimento Sustentável Solidário da
Região Sisaleira, este grupo se apresenta regularmente em festas
populares da região, já gravou um disco e participa de eventos culturais
em Salvador e no sul do país, difundindo os cantos de trabalho, as
chulas e os sambas rurais que eles próprios compõem nos raros momentos
de lazer ou durante a lida no campo.
Além dessa cultura popular de raiz rural, o território também possui uma
ascenção da cultura urbana e afrobrasileira, que já afloram e ganham
espaço em muitos municípios, como é o caso do regaae, hip hop, grafite,
capoeira, entre outras. Ainda como prova da diversidade cultural que o
Território possui, temos: fanfarras, filarmônicas e até uma orquestra de
violinos, formada através do Projeto Santo Antônio, sediada no
município de Conceição do Coité.
Fonte: SECULT
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