A falta de mão de obra qualificada que afeta a indústria brasileira
também é um problema para o setor de comércio eletrônico. O levantamento
"Vendas Online no Brasil: uma Análise do Perfil dos Usuários e da
Oferta pelo Setor de Comércio", divulgado hoje pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que o número de empresas que
utilizam a web como canal de venda cresceu 269% de 2003 a 2008. Apesar
da evolução, o número ainda é "inexpressivo" se comparado ao total do
varejo brasileiro. A carência de trabalhadores qualificados para funções
de tecnologia da informação (TI), segundo o Ipea, é um "fator
importante", que limita o desenvolvimento do comércio eletrônico. Luis
Claudio Kubota, pesquisador do instituto, afirma que, na média, o setor
de compras online emprega menos mão de obra qualificada que a
indústria. "E-commerce não é passe de mágica. Para colocar um site de
compras no ar é necessário toda uma retaguarda de tecnologia da
informação para atender o usuário, além da questão logística", afirmou,
em entrevista coletiva realizada em Brasília e transmitida pela
internet. A sondagem do Ipea mostra que, entre 2003 e 2008, o
total de empresas que abriram canais de venda pela web passou de 1.305
para 4.818, o que corresponde a apenas 0,4% do total das companhias
varejistas. A receita passou de R$ 2,4 bilhões para R$ 5,9 bilhões,
aumento de 145%, mas ainda assim representa menos de 1% do total da
receita do varejo brasileiro. "Esse processo de mudança está concentrado
nas capitais e nas grandes cidades", disse Kubota. O comércio
não especializado - hipermercados, supermercados, lojas de departamentos
e mercearias, entre outros - responde por 24,7% do total das vendas
online e o de outros produtos em lojas especializadas, 73%. O restante
se enquadra no comércio de produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%) e
de tecidos, artigos de armarinho, vestuário e calçados (2,1%).
Fonte: A Tarde.com
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